Lista completa do que pode e não pode ir na composteira do seu apartamento
Se você já tentou começar uma composteira e desistiu no meio do caminho… você não está sozinha. Na verdade, estudos e relatos mostram que cerca de 70% das pessoas que iniciam a compostagem doméstica acabam abandonando o processo nos primeiros meses. O motivo? Sempre parece o mesmo: mau cheiro, insetos indesejados ou uma gosma esquisita que ninguém sabe explicar.
Mas aqui vai a verdade que pouca gente conta: a compostagem funciona sim — o problema está, quase sempre, no que vai lá dentro. Um resíduo errado é suficiente para desequilibrar todo o sistema. A boa notícia é que isso é fácil de evitar quando você tem clareza sobre o que pode e o que não pode ir pra composteira.
É exatamente isso que vamos te mostrar neste artigo:
- Uma lista completa, prática e visual do que é amigo da compostagem
- E tudo aquilo que deve ficar longe da sua composteira para evitar problemas
Vamos nessa?
Mitos comuns sobre o que pode ou não ir na composteira
Se tem uma coisa que confunde até quem já começou a compostar é essa: o que realmente pode ou não pode ir pra composteira? E não é à toa. Por aí circulam muitos conselhos que parecem certos, mas não são bem assim…
Vamos desmistificar alguns dos mais comuns antes de você mergulhar na nossa lista oficial:
- “Cascas cítricas estragam a composteira!”
Esse é clássico — e parcialmente verdade. Cascas de laranja, limão e afins são ácidas, o que pode atrapalhar o equilíbrio da composteira se usadas em excesso. Mas pequenas quantidades, bem distribuídas, não causam problema algum. A chave está no equilíbrio!
- “Não pode colocar arroz e feijão!”
Depende. Arroz branco puro e feijão sem tempero podem ser compostados em pequenas quantidades, sim. O problema está nos temperos (óleo, sal, alho etc.), que dificultam a decomposição e atraem insetos. Se estiverem sem gordura e sem tempero, podem ir!
- “Casca de ovo atrai bicho!”
Outro mito! A casca de ovo é super rica em cálcio e é ótima para a composteira — desde que esteja limpa e, de preferência, seca e triturada. A parte que atrai inseto é o resíduo da clara ou gema, então o segredo está na limpeza.
- “Nada de derivados de leite!”
Aqui o mito é verdadeiro. Queijos, iogurtes e demais laticínios devem ficar de fora. Esses sim comprometem o processo e causam mau cheiro rapidamente.
Viu só como é fácil cair em pegadinhas? Mas agora que você já está mais por dentro, é hora de ir direto ao ponto:
O que entra e o que não entra de jeito nenhum na sua composteira?
Lista completa do que pode ir na composteira do seu apartamento
Se você quer manter sua composteira saudável, produtiva e longe de problemas, saber o que colocar (e em que quantidade!) é essencial. Abaixo, você encontra uma lista completinha — com emojis e tudo — pra facilitar sua vida e transformar a compostagem em um hábito simples e sustentável no seu apê.
Resíduos que são super bem-vindos na composteira:
- Restos de frutas e legumes: inclui cascas, talos e pedaços crus ou cozidos sem tempero. Nada de alho, sal ou gordura, hein?
- Cascas de vegetais e frutas: perfeitas para compostar! Só tome cuidado com frutas cítricas: podem ir, mas em pequenas quantidades.
- Borra de café e filtro de papel: um clássico da compostagem! A borra é rica em nitrogênio e os filtros (sem tinta ou plástico) se decompõem facilmente.
- Saquinhos de chá: pode sim! Mas atenção: retire os grampos metálicos e prefira os que são 100% papel ou pano.
- Pães e massas: podem ir em pequenas quantidades, desde que não tenham molhos, óleos ou temperos.
- Papel toalha e guardanapos usados: desde que não estejam com produtos químicos ou gordura, eles ajudam a equilibrar a umidade da composteira.
- Folhas secas, serragem, papel picado (material seco): são os famosos “materiais marrons” — e sua composteira precisa deles tanto quanto dos restos de comida. Eles ajudam a evitar odores e deixar tudo arejado.
Dica de ouro:
Para uma compostagem equilibrada, use a regra do 1 pra 1:
Para cada punhado de material úmido (restos de comida), adicione um punhado de material seco (folhas, papel picado, etc.).
Essa combinação mágica evita cheiro ruim, excesso de umidade e atrai menos insetos.
Agora que você já sabe o que pode colocar, no próximo tópico vamos falar sobre o que deve ficar bem longe da composteira. Spoiler: tem coisa aí que parece inofensiva, mas é uma cilada!
O que NÃO pode ir na composteira do seu apartamento
Agora que você já sabe o que a sua composteira ama receber, é hora de falar sobre o outro lado da moeda: aqueles itens que, por mais inofensivos que pareçam, podem comprometer todo o processo.
Alguns resíduos podem gerar mau cheiro, atrair insetos, ou até impedir que a compostagem aconteça como deveria. Por isso, vale ficar de olho nessa listinha do que não deve, de jeito nenhum, ir pra sua composteira:
- Carnes, peixes e ossos: podem parecer “matéria orgânica”, mas são péssimos para a compostagem doméstica. Eles se decompõem lentamente, causam mau odor forte e atraem moscas, ratos e outros bichos indesejados.
- Laticínios e ovos crus (casca de ovo pode!): queijo, leite, iogurte e ovos crus entram na mesma categoria de risco: decompõem mal e azedam fácil. Já a casca de ovo (limpa e seca!) é bem-vinda, viu?
- Alimentos muito temperados, salgados ou gordurosos: nada de comida com azeite, óleo, alho, sal ou pimenta. Esses ingredientes desequilibram o sistema da composteira e impedem que os microrganismos façam seu trabalho.
- Alimentos industrializados: comidas prontas, enlatados, doces com conservantes… tudo isso é melhor manter longe da composteira. Eles contêm substâncias artificiais que prejudicam o processo de decomposição natural.
- Casca de frutas cítricas em excesso: um pouquinho pode, mas muito de uma vez acidifica demais o ambiente, o que atrapalha (e muito!) a ação das minhocas e dos microrganismos.
- Papel higiênico, fraldas, papel plastificado: esses materiais não são adequados para compostagem caseira — principalmente os que contêm componentes sintéticos ou resíduos que oferecem risco sanitário.
- Produtos de limpeza, sabão, detergente: mesmo em pequenas quantidades, esses produtos são tóxicos para a vida microbiana que faz a mágica acontecer na composteira.
- Plásticos, metais, vidros e recicláveis em geral: essa é fácil: não são orgânicos e não se decompõem, então vão direto para a reciclagem, e não para a composteira.
Dica amiga: Se você tiver dúvida se algo pode ou não ir pra composteira, pense assim:
“Isso se decompõe naturalmente e sem química? Tem cheiro forte? Tem gordura?”
Se a resposta for sim para os dois últimos… melhor descartar de outra forma.
Erros comuns e como evitar
Mesmo com toda a boa vontade do mundo, é fácil escorregar em alguns detalhes quando o assunto é compostagem. E tá tudo bem — todo mundo aprende errando! A boa notícia é que esses erros são simples de identificar e ainda mais fáceis de evitar. Vamos aos principais?
Colocar restos gordurosos ou temperados
Esse é um dos deslizes mais comuns. Às vezes sobra aquele arrozinho com azeite ou um pedaço de carne refogada e a gente pensa: “Ah, é orgânico, vai pra composteira!” — mas não pode!
Gordura, sal, alho e temperos em geral atrapalham o processo natural de decomposição, além de atrair mosquinhas e causar mau cheiro.
Como evitar: Separe apenas alimentos crus ou cozidos sem tempero. O ideal é manter um potinho só para restos “compostáveis” na cozinha.
Falta de material seco (folhas, papel picado, serragem…)
Outro erro muito comum: colocar só alimentos úmidos e esquecer dos “materiais marrons”. Eles são fundamentais para manter o equilíbrio da composteira!
Sem eles, a composteira vira uma “lama” e começa a feder rapidinho.
Como evitar: Sempre que adicionar restos de comida, acrescente a mesma quantidade de material seco. Pode ser folha seca, papel picado, guardanapo usado (sem óleo!) ou até serragem.
Deixar a composteira muito úmida
Se a sua composteira parece mais um mingau molhado do que uma “salada de terra”, algo tá errado. Umidade em excesso impede a oxigenação e acelera o apodrecimento.
Como evitar:
Cubra bem os resíduos com material seco
Mexa a composteira de tempos em tempos para arejar
E se necessário, deixe a tampa um pouco aberta por algumas horas para evaporar o excesso
Resumo da jogada: Compostagem é equilíbrio. Nem seca demais, nem molhada demais. Nem tudo que é orgânico serve, e tudo que é seco ajuda!
Com pequenos ajustes no dia a dia, sua composteira pode funcionar direitinho — sem drama, sem cheiro e com muito adubo no final.
Dicas bônus para manter sua composteira saudável
Agora que você já sabe o que entra, o que fica de fora e os erros mais comuns, chegou a hora de dar aquele toque final na sua composteira com algumas dicas simples que fazem toda a diferença no dia a dia. Afinal, a ideia é facilitar a sua rotina e manter esse cantinho verde funcionando direitinho — sem bagunça, sem cheiro, sem bicho!
Como controlar o odor
Uma composteira saudável não tem cheiro ruim. O máximo que você deve sentir é um cheirinho de terra molhada — e isso é ótimo!
Se estiver fedendo, é sinal de que algo está desequilibrado. Provavelmente tem resíduo demais e material seco de menos.
A solução? Cubra sempre os restos de comida com folhas secas, papel picado ou serragem. E se o cheiro persistir, revire tudo e adicione mais material seco.
Frequência de revirar os resíduos
Mexer os resíduos de vez em quando ajuda a arejar a mistura e acelerar o processo de decomposição. Isso também evita o acúmulo de umidade e o surgimento de zonas “paradas” dentro da composteira.
O ideal é revirar a composteira a cada 3 a 5 dias, com uma pazinha ou colher de cabo longo. As minhocas (se você usar vermicomposteira) agradecem!
Melhor local para deixar a composteira no apartamento
Você não precisa de um quintal pra compostar! Mas escolher bem onde colocar a composteira é um detalhe importante:
Prefira um lugar arejado, com sombra e protegido da chuva. Pode ser na lavanderia, na varanda, no cantinho da cozinha ou até dentro de um armário ventilado.
Evite deixar perto de fontes de calor (como fogão) ou em locais muito abafados.
Bônus de verdade: nomeie sua composteira! Parece bobeira, mas dar um nomezinho carinhoso (tipo “Minhocalinda” ou “CompostaChica”) pode te aproximar ainda mais do processo e tornar o cuidado com ela mais divertido e afetivo.
Compostar em casa é mais do que transformar lixo em adubo — é um gesto diário de carinho com o planeta, com a natureza e com a nossa própria forma de viver.
Quando a gente aprende o que pode e o que não pode ir na composteira, evita erros, maus cheiros e frustrações. E o melhor: colhe um adubo riquíssimo, feito por você mesma, com os restos da sua própria cozinha.
Você viu aqui que não precisa de quintal, nem de experiência, só de um pouco de informação, atenção e equilíbrio.
Espalhe essa ideia!
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Vamos fazer da compostagem um hábito cada vez mais comum — e acessível — para todo mundo!